quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Aves raras


Na residência onde estou a morar, 99% das pessoas que conheci estão a estudar Direito, Economia, Relações Internacionais ou Psicologia. Faz sentido, a minha residência fica bastante perto do edifício UniMail, onde todas estas faculdades estão localizadas.
Como tal, eu sou a ave rara com quem eles ficam fascinados. Primeiro, porque não estou a ter aulas e a fazer um estágio; depois, porque "Biomedical Engineering? Wow. Brain? Wow". É assim que alguns deles me apresentam aos amigos: "Ela é mesmo inteligente, é bioengenheira", e eu fico só à toa e balbucio coisas como "Pois, mas eu também acho a vossa área bastante interessante e é difícil para mim".
Foi assim que, surpreendentemente, conheci um rapaz de Engenharia Mecânica na sexta-feira passada. Como se não bastasse, está cá a fazer um estágio!! Tivemos uma conversa muito engraçada, porque ele não estava a perceber que eu estava na mesma posição que ele. Então, basicamente, ele estava numa de:

- Sou de Engenharia Mecânica, mas estou cá a fazer um estágio...
- A sério?? Onde?? (a minha cara iluminou-se de entusiasmo, o que ele confundiu com surpresa)
- Pois... Estou num centro de investigação... (ele estava a dizer a palavra "research" de uma forma estranha, então aí eu fiquei confusa)
- Como?! (cara de quem não percebe nada do assunto, o que serviu para o rapaz achar que eu não percebia mesmo do que ele estava a falar)

Até que percebi que era investigação e perguntei-lhe o que é que ele estava exactamente a fazer. O rapaz faz uma cara aterrorizada de quem se prepara para me explicar chinês:

- Pois... Estou a criar um software...
- Estás a criar um software? Cool. Mas como assim criar?
- Ok, não é exactamente um software... Ok, é... Mas não estou a criar, estou a usar para criar outras coisas... É o MATLAB, sabes?
- (ri-me) Claro que sei, uso o MATLAB todos os dias.

E foi aí que o rapaz se deu conta que eu percebia do que é que ele estava a falar. Não falámos muito mais sobre o assunto, estávamos a chegar aos nossos destinos, mas deu para perceber que há mais aves raras como eu e que o sentimento é geral.

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Lixei a minha vida

Comecei a usar o eBay na semana passada para comprar uma prenda. Acho que vou ter de bloquear o site. (não, não comprei mais nada, mas still!)

Voluntariado

Nunca fiz voluntariado. Já fui voluntária em eventos, mas nunca algo que eu encarasse como "voluntariado a sério". Penso bastantes vezes no assunto, mas nunca passou disso... Neste momento, em que se calhar até tinha mais disponibilidade, procurei por causas em que pudesse ajudar aqui, mas há toda uma barreira linguística que eu ainda não consigo transpor.
Apesar de nunca o ter feito, tenho a noção de que quem o faz é porque quer dar de si. No entanto, acaba-se por se receber muito mais do que aquilo que se dá... Recebe-se gratidão, recebem-se lições de vida. Claro que não posso falar por experiência própria, mas acredito que quem o faz tenha mais noção das necessidades dos que nos rodeiam, bem como mais tolerância. Possivelmente, torna-os melhores seres humanos.
Pois, isto é a ideia romantizada que tenho da coisa. Ainda assim, gostava mesmo muito de passar a ter uma visão real. Passamos o tempo todo centrados no nosso umbigo, mas a verdade é que podíamos perfeitamente tirar um bocadinho da nossa semana para visitar um hospital, para distribuir comida, ou até mesmo fazer companhia a um velhote que não tem ninguém. Dizem que querer é poder...

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Não nasci para isto


Desde que fui morar "sozinha" em Lisboa que tive de me ambientar mais ao conceito de tarefas domésticas. No entanto, não me posso queixar por aí além, porque tinha ajudas externas... Até no lavar a roupa, estender e passar a ferro, que a minha mãe fazia tão bem. E eu agradecida, porque chegar ao fim de dias cansativos e ainda ter de pensar nisso custava.
Claro que, agora na Suíça, não há mãe. Mais uma vez: não me posso queixar, os espaços comuns são limpos regularmente e o meu quarto de duas em duas semanas. Mas eu não sou uma pessoa arrumada... Não sou. Arrumo-o num dia e, no dia a seguir, já não está apresentável.
Já me estou a desviar do objectivo do post, que é dizer o quão insuportável está a ser arrumar a roupa depois de ter ido à lavandaria self-service. Já não posso ver meias para emparelhar, já não posso ver mais "dobrar-guardar".
São coisas que têm de ser feitas, pois claro que sim... Mas eu e as tarefas domésticas temos uma relação não correspondida. O problema nem são elas, sou eu. Juro que gostava de ser como uma amiga daqui, que me diz que relaxa a limpar. Era perfeito: fazer algo que tem de ser feito, enquanto relaxo. Porque é que eu relaxo a ver séries?!

domingo, 27 de novembro de 2016

Canecas do Starbucks ou Como eu caio que nem uma patinha em tudo o que é marketing


Se eu tivesse um Starbucks à mão de semear nos últimos cinco anos em Lisboa, eu seria uma pessoa com muito menos dinheiro disponível para gastar noutras coisas. Por muito que não dispense a minha bica (nunca uso esta palavra, mas assim toda a gente me percebe), sou louca pelas bebidas deles... As que há o ano inteiro, mas também as sazonais.
No entanto, não nos deixemos enganar. De certeza que há outros sítios com bebidas igualmente boas ou melhores e mais baratas. No entanto, o Starbucks é uma marca que sabe cativar as pessoas. As pessoas querem sentir-se cool com um copo com o logo e o seu nome.
Como tal, isto estende-se não apenas às bebidas, mas também aos seus outros produtos, que nos fazem perder a cabeça. E eu acho que eles têm canecas mesmo muito fofinhas!! Há algum tempo que quero uma do Natal, que tenha uma pega como a da imagem acima... (até fez com que eu ganhasse uma bem gira, pintada à mão, que tenho medo de estragar :P)
Ainda assim, acho que, como não tenho nenhuma, o melhor é começar pelos modelos mais "gerais" (tipo o da figura abaixo). Preciso de uma caneca grande para ter no laboratório, e dado que já é algo que queria, vou aproveitar para me mimar. Quando tenho estas "pancadas" de miúda-wanna-be-hispter-que-quer-gastar-dinheiro, acabo sempre por ficar muiiiito tempo até decidir comprar. Aconteceu com telemóveis, ténis, etc. etc. Tudo para ter a certeza que não é apenas uma pancada e que estou a comprar em vão. Claro que podia ter canecas mais baratas e que fizessem o mesmo efeito. Claro que sim, o IKEA vende muitas. Mas não era a mesma coisa, pois não?

Agradecer.


Quando tudo parece um tormento e os dias cinzentos não ajudam à felicidade, tento recordar a mim própria as coisas boas que tenho e agradecer por elas. Por muitas dúvidas que tenha, por muita falta de confiança em mim própria, por muitos momentos sombrios que me atormentem, a verdade é que eu tenho muitos motivos pelos quais devo agradecer. É tentar focar-me nisso e deixar de fora os maus pensamentos. Mas ninguém disse que seria fácil...

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Planos para hoje


Encontro-me neste momento sentada na cozinha da minha amiga indiana à espera dos restantes. Claro que um maravilhoso (e muiiiito spicy) caril nos espera, bem como outras iguarias que ela preparou com tanto carinho. Temos boa comida, temos vinho, teremos uma festa (latino-americana!! ahah preparada para o dança kuduro) lá em baixo. Estou cansada da semana que tive, mas tenho andado tão em baixo que agradeço por ter algo assim.

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Também tinha de falar da Black Friday


Comecei a pensar na Black Friday como a altura ideal para encomendar a roupa para o dito casamento. É algo que vou ter de comprar, portanto... Why not? Chegou-se o dia (não é o dia, mas quase) e não consegui encontrar o macacão da Zara para experimentar e o outro não me encheu totalmente as medidas. Como tal, não vai acontecer.
Pensei ainda que é a altura perfeita para comprar básicos, dado que estou com falta de algumas peças. Mas depois decidi que logo compro em Portugal, já não falta assim tanto tempo para voltar.
A última opção que tinha guardada pela esta "sexta-feira louca" eram umas botas novas. A Timberland vai estar com 20% de desconto, o que faz com que tenha uma redução bem boa numas botas que tenho andado a examinar. Ainda assim, ainda não estou convencida quanto à melhor opção... Claro que a minha querida mãe (que, na verdade, é quem trabalha para eu pensar em compras) apoia, porque quer que eu mantenha os pés bem quentes. No entanto, se vou gastar este dinheiro, preciso de ter a certeza.
Ah, claro que ainda poderia aproveitar para comprinhas de Natal, mas é o que tenho feito durante esta semana com as promoções que certas marcas já tinham online.
Portanto, a previsão para amanhã é um dia calmo. Sem loucuras em lojas físicas ou online. Claro que, daqui até amanhã, a minha opinião pode mudar bastante... Eheh

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Eu divertida a ler artigos


The resting human brain represents only 2% of total body mass but consumes 20% of the body’s energy.

Como é que uma pessoa não há-de estar sempre cansada?

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Nunca digas nunca

Eu nunca gostei muito de peças em cabedal (ou que imitam) que vão para além dos casacos (ainda gostava de ter um preto). Perdoem-me os apaixonados, mas é simplesmente uma tendência que não encaixa assim tanto comigo. Mas bem diz o ditado, nunca digas nunca... E aqui há umas semanas, vi uma rapariga com um look muito giro e simples, com uma saia de cabedal de cor petróleo. Estava super bem conjugada e adorei.
Ontem, às voltas na Zara, dei de caras com uma igual ou parecida. Decidi experimentar. Ainda não estou completamente segura da minha escolha, mas só porque não sei até que ponto é que tenho assim tantas peças que joguem bem. Mas fica registado que ontem, dia 21 de Novembro de 2016, saí da minha zona de conforto.

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Parcerias amorosas...

No outro dia, andava a deambular por blogues alheios quando encontrei um post no Entre os meus dias sobre a maravilhosa parceria entre a Mr. Wonderful e a Oysho. Já no ano passado (se não me engano), tinham coisas super super queridas! Claro que é normal eu pensar assim, dado que adoro pijamas (quanto mais fofinhos melhor) e sou uma pirosona que gosta bastante da Mr. Wonderful. Vai daí, fui dar uma vista de olhos no site da Oysho... Como sou uma menina grande que sabe que não precisa de pijamas (!!), os meus olhos recaíram para estas meias de andar por casa:

São ou não são um amor?

domingo, 20 de novembro de 2016

So damn cool


Esta caneca - disponível num site holandês que descobri aleatoriamente devido a cookies - é tão fixe (não encontro uma palavra melhor). Queroooo! Amigas da Holanda, podem trazê-la para Portugal no Natal, 'tá? Obrigada.

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Cansaço desmedido

Há umas semanas, deixei um post em meio de escrever em como falava de como andava completamente viciada em séries. Viciada mesmo, com sentimentos de abstinência de quando em vez. Não demasiado grave, mas andava louca.
Neste momento, não me lembro de quando vi o último episódio de uma série. Tendo em conta que estava a ver umas 6 ou 7 séries, tenho uns quantos em atraso... E, sinceramente, sinto falta, tenho saudades. Mas a minha vida tem andado tão atarefada e caótica, que é simplesmente impossível. Ora porque tenho coisas para fazer, ora porque simplesmente adormeço.
Neste momento, estou tão cansada e pouco produtiva, que vou só arrumar as coisas, apanhar o autocarro e ter uma série ou outra como companhia. E para jantar, vou ter o que mereço com este humor: massa com bacon, cheiiiiiinha de natas.

Casamento em pleno Inverno: o drama

Ora então parece que, daqui a um mês e pouco, um primo meu vai dar o nó. Todos nós sabemos que casamentos devem ser dias de alegria, mas para as mulheres é também um drama. Tomara poder usar um fato, comprar uma gravata nova, engraxar os sapatos e siga que está despachado. Mas não... Para nós não funciona assim. Precisamos (quase) sempre de algo novo... Depois os sapatos que temos não ficam bem com o vestido que escolhemos. A pochette está desactualizada. E o cabelo? E a maquilhagem? Só preocupações.
O terror intensifica-se com um casamento em pleno Inverno. Meus amigos, eu sou friorenta. Mesmo com a mudança Suíça-Portugal, se estiverem 5ºC eu não posso estar descapotável. Preciso de tapar os bracinhos... E de algumas camadas. Logo no factor "tapar os bracinhos", toda a roupa que eu pudesse ter e que se adequasse fica fora de questão. Como tal, vamos ter toda uma missão nos próximos tempos.
Ora, eu estou farta de comprar roupa para um evento específico que depois fica para sempre no armário. Por isso, a missão engloba encontrar algo que eu possa usar noutras ocasiões. Como eu adoro macacões, why not? Andei a explorar alguns sites e, até agora, encontrei dois que me encheram as medidas.

Massimo Dutti
Preto, básico. Na minha opinião, é demasiado simples... O que representa uma vantagem e uma desvantagem. Desvantagem porque não quero uma coisa qualquer sem graça... Vantagem porque posso conjugá-lo com os meus sapatinhos pretos sem ter de andar a procurar.

Zara
Este segundo exemplar, sendo também simples, sempre tem mais pormenores - o que o torna mais engraçado, na minha opinião. O problema é que não tenho sapatos... Mas tenho uma malinha prateada, não devia ficar assim tão mal.
A par de tudo isto, não tenho nada de jeito para pôr por cima destes espécimes. Como tal, esperem mais posts sobre o tema... Porque preciso de perder tempo com isto!

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Anti-pessoas, talvez

Como disse ontem, estou a tornar-me anti-arrogância. Estou num ambiente novo, por isso tento não julgar as pessoas que ainda não conheço assim tão bem, mas há coisas que me tiram do sério. Tento respirar... E a seguir é sorrir e acenar. Sorrir e acenar. Sorrir e acenar... (acho que já se percebeu)
O pior é que me estou a tornar anti-nacionalistas. Possivelmente estou a empregar mal o termo nacionalista, dado que eu amo Portugal e orgulho-me de muitas coisas boas que temos. Por isso, às vezes também tenho as minhas saídas de "ai... que saudades da nossa bica", de "quero a minha carne boa", and so on.
No entanto, lá porque tenho orgulho e gosto em falar do nosso país, odeio aquela vozinha arrogante que vem acompanhada pelo "pois, vocês não sabem como é" ou pelo "pois... não é assim que se faz, o original é do meu país e não é assim". Nos últimos dias, tenho assistido a tantas coisas deste género... Até com a língua. Pessoas que estão num país estrangeiro, em que se fala outra língua que não a deles, a dizerem-me que eu não sei falar espanhol porque não consigo pronunciar os s's como eles. Isto vindo de espanhóis... Que se nota a sete léguas de onde é que eles são, porque há sons que simplesmente mantêm como na sua língua.
Para mim, tudo tem a ver com o tom e a intenção com que se diz uma coisa. Claro que se alguém me vier mostrar um pastel de nata que pareça um brigadeiro, eu vou-me rir. Mas não vou ter "aquele" tom. Aliás, ontem ri-me na cara do alemão que jantou crepes com Nutella. Porque achei engraçado. E disse-lhe que aquilo para mim era uma sobremesa, não um jantar. Mas aceitei e não critiquei. Tanto aceitei, que aceitei um para depois de jantar... ;)
Uma das razões que me faz gostar tanto de Genève é o quão internacional esta cidade é, ou não fosse esta um grande centro de operações a esse nível. Acho genuinamente que, em sítios assim, a mentalidade das pessoas é mais aberta e que as diferenças são aceites de outra forma. Mas mesmo assim, gente arrogante e "com a mania" há em todo o lado... Resta-me não ser como eles e aceitá-los como são.

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Fim-de-semana em Lucerne


É segunda-feira de manhã e estou cansada. Ao menos as razões são boas: passei o fim-de-semana em Lucerne (ou Luzern, ou Lucerna, ou o que for!). É uma cidade extremamente fofinha (como possivelmente todas as cidades suíças), vale a pena visitar. Se bem que ainda não conheço muita do país, mais tarde posso chegar à conclusão de que não é assim tão bonita em comparação... Mas é.
Edifícios típicos, o lago e o rio... E, claro, as montanhas. Mas que senhoras montanhas! Quando as nuvens se afastavam, conseguíamos contemplar. Super branquinhas, lá em cima... Ou não estivesse Lucerne rodeada pelos Alpes Suíços. Segundo o "guia" que nos introduziu à cidade no primeiro dia, eles gostam de achar que fazem parte dos Alpes, sem realmente fazerem... Parece-me bem.
A parte "má" é que estou a tornar-me anti-arrogância. Fartei-me de ouvir "nós somos os verdadeiros suíços" e coisas do género. Ao início, pensei que era só uma forma de falar, dado que o país começou naquela zona... Mas com o tempo e com a repetição, cansei-me. Amigos, eu sou tão portuguesa como uma pessoa de Guimarães! Avancem no tempo, 'tá?
Anyway, apesar de ter passado lá um fim-de-semana e de ser mais do que suficiente para conhecer a cidade e as redondezas, a verdade é que ainda me ficou muito por explorar. Isto porque, no domingo, fui numa excursão ao bunker (para falar mais tarde, se me lembrar) e fazer patinagem no gelo (não me espetei, mas também não me aventurei muito! Boa primeira vez). Foi agradável, mas fiquei com muita inveja dos sortudos que puderam ir ao Mount Rigi e dos que foram a uma fábrica de licores / chocolate... E foram de barco! Vi fotos lindas. Portanto, fica a curiosidade de voltar lá e de explorar.

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

E por falar em mochilas

[não estamos a falar de mochilas estilosas com esta]

Acho que toda a minha vida esperei pelo dia em que não ia mais precisar de uma mochila. Pelo menos a partir do Básico... Olhava para as meninas mais velhas, com as suas malas, e pensava "também quero". Elas estavam na moda e eu tinha a minha mochila da Quicksilver (agora que penso nisso, acho que a minha mochila era de rapaz, mas pormenores).
Depois comprei a minha Eastpak e já me sentia mais na moda, mesmo tendo uma mochila. Ainda assim, o desejo por não usar mochila continuava lá. De vez em quando, quando tinha menos tralhas para levar, usava uma mala... Mas depressa me apercebi que preferia não ser fashion a carregar coisas nas mãos. Comprei malas maiores. Os ombros doíam-me, por isso no dia seguinte voltava à mochila.
Naquela altura ainda não havia tablets, mas eu tinha o meu portátil e gostava bastante de o levar para a escola para fazer trabalhos (e brincar), por isso - uma vez mais - a mochila revelava-se mais útil.
Veio a universidade e eu pude - FINALMENTE! - usar as malas que tanto queria, em vez de andar carregada com a mochila. Nós, mulheres, temos essa capacidade: quanto mais espaço temos, mais coisas arranjamos para pôr lá. Portanto, consegui arranjar ali um meio termo (porque nessa altura já não dispensava as malas enormes), em que levava o que precisava, mas não andava demasiado carregada. De quando em vez, se precisava de levar o computador por causa de um trabalho de grupo, a mochila ia comigo e pronto. Mas poucas vezes, coisa rara.
Foi Sol de pouca dura... No 2.º semestre, comecei a ter mais trabalhos e reabituei-me a levar o computador. Claro que depois pensava "posso ver os enunciados das aulas aqui em vez de imprimir" e passou a ser constante. De volta à mochila. Decidi que, assim que começasse o 2.º ano da faculdade, ia comprar um tablet. Estava farta de andar carregada, aí tinha a minha solução! Lá veio o tablet e voltou a resultar. Quando tinha trabalhos de Programação, trabalhava nos computadores da faculdade ou levava o meu mini portátil porque era Windows (e a professora pedia explicitamente para programarmos em Windows), e pude voltar a usar malas.
Até que o inevitável aconteceu. A necessidade do computador tornou-se uma constante na minha vida, com a quantidade de projectos e trabalhinhos. A mochila reapareceu... Inclusive comprei uma própria para o computador e pronto. Malas na faculdade? Epá, é provável que entretanto tenha acontecido... Só não me lembro.
Cheguei ao estágio. Pensei "estou safa". Tenho uma secretária, um computador, posso deixar as coisas lá... Quase só preciso do telemóvel e da carteira! Pffff, totalmente enganada. Tenho de usar o meu computador pessoal e não há forma de trabalhar sem computador. Portanto... Estou destinada a trazê-lo todos os dias. Como tal, acho que vou usar mochila para a vida. Não há como fugir. Mesmo quando um dia deixar os ténis e as calças de ganga e for uma lady de roupas elegantes, vou ter a minha mochila do portátil às costas. Está escrito nas estrelas.

domingo, 6 de novembro de 2016

É só mais um dia mau, já diziam os Ornatos

Hoje não foi um dia agradável. Também não foi o pior dia de sempre, uma pessoa tem de relativizar as coisas... Mas foi o dia em que mais chorei desde que aqui cheguei. Provavelmente foi o primeiro em que chorei a sério. Por coisas estúpidas, mas uma pessoa acumula e depois desaba...
Comecei a tentar ler um artigo... que não entendi. Então decidi ver mais coisas para os meus planos fantásticos e maravilhosos para a passagem de ano com os meus amigos do coração e com o meu namorado.
Depois voltei à vida real e fui arrumar o quarto e lavar a roupa. Levei o meu livro e a coisa fez-se, quase nem dei pelo tempo passar. Mesmo depois de utilizar dois programas da máquina de secar, a minha roupa não ficou assim tão seca, pelo que tive de a espalhar pelo quarto (não tenho um estendal). Não sei o que me deixou exausta, se estar a espalhar as coisas, ou ver o meu quarto outrora arrumado num estado lastimável.
Quando parei para me sentar ao computador (no bocado de cama que não estava ocupado por roupa meio seca), reparei que tinha uma chamada perdida no facebook... Liguei à pessoa em questão e os meus planos lindos e maravilhosos para o fim de ano foram por água abaixo. O dever para com a família chama-me. Ao menos, desta vez é por uma coisa boa...
Fiquei chateada. Não demasiado chateada, mas chateada. Porque tudo lixa os meus planos, quando eu estou feliz com eles. Chega a ser irónico... Desta vez, eu queria fazer uma coisa, puxei o meu namorado para isso, depois os meus amigos... E agora eles vão fazer isso, sem mim. Não me incomoda que o façam, mas fico realmente triste de não estar lá. Estou longe, não os vejo, não falo regularmente com alguns deles, seria bom passarmos 2 ou 3 dias todos juntos.
Foi então que o meu namorado conseguiu ser a pessoa mais insensível à face da Terra e eu comecei a chorar a potes. Só consegui parar porque tive de sair do quarto e, como tal, tive de me recompor. Estive umas 3 horas fora, sem pensar muito no assunto... Mas assim que voltei a pisar o meu quarto, parece que os sentimentos voltaram e só quero chorar outra vez. Nem sequer é por ter os planos estragados, acho que estou apenas sensível... Como decidi que não quero chorar e estou a forçar a coisa, agora tenho uma p... de uma dor de cabeça e não consigo dormir.
Apenas um desabafo... Há coisas piores na vida. Ah, e a minha "closest friend" aqui da residência vai-se mudar e eu quero chorar. Estou mesmo sensível!!!!!

Lovely!!

Mango

Ontem vi este vestido e não o experimentei porque não preciso dele... Mas é tão fofinho! Adoro. Aproximadamente 50CHF na Suíça, 35€ em França e 30€ em Portugal (eu agora sou esta pessoa).

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Vamos falar de necessidades reais na vida


À escala global, poderíamos ter em consideração a fome no mundo. Poderíamos falar sobre a escassez de recursos. Poderíamos abordar as desigualdades de género ou cor.
No entanto, este blogue é meu e eu permito-me a só querer saber de mim e do que me faz falta. Do que é um problema para mim. Por isso, podia falar-vos de como às vezes sinto falta de mais saúde... Ou de como, ultimamente, tenho tido muitas saudades da minha família, amigos e namorado. Mas mesmo assim, não é isso que mais me atormenta... O que eu preciso mesmo é de uma mochila para o computador!
A minha mochila é uma grande porcaria e está-se a estragar toda. Case Logic, never again! Já tenho a mochila há mais de um ano, mas nem 3 meses sem se começar a estragar aguentou... E está cada vez pior.
Como sou uma invejosa de primeira, andei a topar as mochilas da malta aqui da residência... A Samsonite parece-me uma boa aposta para o meu próximo investimento. Que será feito... hmmm... daqui a mais de um ano, quando eu começar a trabalhar! Porque mais de 100€ por uma mochila dói na alma... E na carteira (eu sei, posso tapar o Sol com a peneira, mas infelizmente não dura para sempre...).
Aqui fica o meu top3 (da mais barata para a mais cara, da que eu gosto mais exteriormente para a que gosto menos, da que gosto menos interiormente para a que gosto mais): esta, esta e esta.

Eu e os chocolates neste país do demo


- Este chocolate não está nada caro, vou comprar!
- Ai, olha este chocolate em promoção...

Depois como-o num só dia. Aliás, numa só hora. E aí o raio do chocolate sai caro.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Tapar o Sol com a peneira

[o modelo da minha carteira até é bastante parecido a este... E a marca também começa por "P"... Só é pena acabar em "arfois"]

Eu tenho dois cartões bancários. Um uso no dia-a-dia. O outro uso quando quero fingir que não estou a gastar dinheiro, dado que a conta do dia-a-dia não muda... Dá muito jeito para quando gasto 125€ (ou CHF, whatever) em cápsulas de café.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Das diferenças no mundo


Há uns dias, estávamos a discutir sobre o custo da carta de condução nos nossos diferentes países. A italiana pagou o dobro do que eu paguei, mas chegámos à conclusão de que talvez tenha sido por ter tirado a carta numa cidade pequena (no Alentejo pagaria o mesmo que ela). Fiquei a saber que as pessoas em França costumavam ir ao Senegal para o fazer, pois era mais barato e mais "fácil" (corrupção...). A indiana pára um pouco para pensar em conversões e diz:
- A minha licença custou 10€.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Ginástica diária

Todas as manhãs (e tardes/noites, diga-se), é uma festa com as tralhas que carrego comigo. A mochila com o computador (e tantas outras coisas), a lancheira, o casaco e o cachecol, às vezes o guarda-chuva... Enfim, um pequeno burro de carga. E por que é que é uma festa? As temperaturas dentro dos autocarros são consideravelmente mais elevadas do que no exterior, por isso implica todo um vestir e despir quando mudo de autocarro. Isto associado a estar carregadinha... É uma sorte quando não acerto em ninguém, tal é a ginástica que às vezes tenho de fazer.
Isto impedia-me de trazer um livro para ler. Por um lado, porque ando mesmo pesada... Chego a casa morta. Por outro, porque era mais um termo a juntar à equação da ginástica. Hoje foi o dia em que peguei no livro para o trazer. Não correu mal, porque decidi não tirar o casaco dentro do autocarro... Então foi só necessário tentar gerir para não deixar cair nada para cima de ninguém. Mas morri um bocadinho de calor. E transpirei que nem uma porquinha... Para depois vir para o trabalho. Uau, excelente... Ainda assim, tenho de aproveitar enquanto não começa a nevar (já me assustaram com previsões para a próxima semana...).
E foi assim que hoje comecei a ler "Os Pilares da Terra".

Para todos aqueles que estão num país em que hoje é feriado:

Quando eu for rica, falamos!


[não importa que demorem 10, 15, 20 anos... ou uma vida. Também não importa se são ricos. Um dia falamos. Também quero feriado!!!!]