segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Se queres ser bom, morre ou ausenta-te


Acho que é a primeira vez que estou a usar o provérbio do título. Mas que é uma grande verdade, lá isso é. Muitas vezes, as pessoas simplesmente tomam como garantido o que têm por perto e esquecem-se de lutar, de mostrar que gostam e que se preocupam. No fundo, que dão valor. Além disso, às vezes parece que só vemos a parte má... Esquecemo-nos do que nos faz gostar da pessoa. No entanto, se a pessoa se vai embora, arrependemo-nos, pois aí já recordamos as coisas boas e o que de mal fizemos.
Estou a ser um bocado drástica, dado que o que ia escrever não é assim tão grave. Até porque é sobre a minha mãe e não há ninguém neste mundo que goste mais de mim. Ora, a minha querida mamã, durante 17 anos, foi uma forreta do caraças. Neste momento, não estou a criticar... Foi assim que ela decidiu educar-me e, em alguns campos, até que resultou. Quando eu fiz 18, já na faculdade, houve para ali algo na cabeça dela que a fez deixar de ser forreta comigo. Isto porque já confiava na minha capacidade de avaliar a situação.
Apesar de tudo isto, a minha mãe continuava a não perceber como é que eu gastava tanto dinheiro em certas coisas, como livros. Nas ocasiões especiais, como aniversários e Natal, mantinha a sua opinião do "prendas? Eu dou-te prendas todos os dias". No 1.º ano da faculdade, ofereceu-me uma mala "cara" de prenda de Natal, porque sentiu-se ofendida por eu dizer às minhas colegas que a minha mãe não me costumava oferecer prendas. Mas depressa voltou ao normal.
Porém, de há uns meses para cá, a coisa começou a mudar. Eu mandei para o ar que queria um relógio dourado de prenda da Bênção... E aconteceu. Durante as férias, eu via uma pecinha de roupa que gostava, e depressa vinha um "compra! A mãe oferece! Ficas tão bonita!". Para terem noção, eu tive de pôr um travão nisto. Eu via roupa que gostava e tinha de dizer "não, não vamos comprar". O cúmulo foi quando, a ver livros, ela me tentou comprar um!! Sabendo que eu tinha uns 10 em casa por ler. E, adivinhem? Eu tive de conseguir dizer que não. Foi difícil, mas consegui.
A verdade é que a minha mãe alterou completamente a sua maneira de ser comigo só por avizinhar a distância e as saudades que ia sentir. Além disso, hoje ao telefone, descobri que ela me mandou uma encomenda como prenda de anos (que ainda não chegou). Não é nada de especial, mas deve ser fofinho e mostra que ela pensou em mim e na minha data. Pela primeira vez na vida, sem eu a pressionar, nada.
Se eu soubesse, já tinha saído de Portugal há mais tempo...

3 comentários:

Estudante disse...

São as saudades... ;)

Anónimo disse...

Podes associar isso às saudades e talvez pelo facto de ela ter percebido que errou contigo :)

C. disse...

Quando se está longe... as prioridades mudam :)

Beijinhos,
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