sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Estou sim, fala a mãe


Eu falo com a minha mãe todos os dias. Aconteça o que acontecer, esteja onde estiver, o mínimo que pode acontecer (assim na loucura) é trocarmos uma mensagem só para verificar que está tudo bem. Claro que, em alturas mais atarefadas, já aconteceu telefonarmos uma à outra só para dizer algo como: "Olha, é só para dizer que está tudo bem, mas como ando a fazer X e agora tenho de ir fazer Y, logo falamos amanhã. Beijinhos".
Vivi numa base diária com a minha mãe até aos 17 anos (quase 18), altura em que fui para a faculdade. Antes disso, só não estávamos juntas quando ia passar o fim-de-semana e as férias a casa do meu pai (até aos 15 anos) e, muito honestamente, não me lembro da logística dos telefonemas. No entanto, estava com o meu pai ou outros familiares e ela sabia que, se acontecesse qualquer coisa, estava em boas mãos e seria informada.
Quando fui para a faculdade, o caso mudou de figura. Tínhamos de falar obrigatoriamente todos os dias para ela ficar mais descansada e ter a certeza de que Lisboa não tinha ferido a sua menina. Se por qualquer motivo não lhe atendia o telefone, caía o Carmo e a Trindade! Agora, com o tempo, já está melhor nesse aspecto (e eu estou pior, confesso. Fico preocupada quando ela não me atende).
Se vou viajar, arranjo sempre um tempinho para apanhar uma rede Wi-Fi e garantir que está tudo bem, mesmo que seja com um telefonema de 1 minuto ou com uma mensagem. Quando estive a viver nos Estados Unidos, tínhamos uma diferença de 5 horas, mas lá nos arranjávamos para falar uma com a outra quase todos os dias. Assim que cheguei à Suíça e ela descobriu que havia tarifários a 40 francos mensais com chamadas ilimitadas para toda a Europa, ninguém a demoveu de que eu tinha de ter aquilo (só mais no fim admitiu que um tarifário com muitos dados móveis teria chegado).
Hoje em dia, que moramos juntas outra vez (temporariamente, espero), não há essa necessidade, mas se por qualquer motivo vou passar o fim-de-semana fora, ligo-lhe na mesma todos os dias. O que começou por "obrigação" tornou-se num hábito de que gosto muito.
E com isto... Não percebo como é que há pessoas que falam tão pouco com os pais! Eu sei que sou filha única e que a minha mãe é uma mãe galinha, mas uma simples mensagem para saber se está tudo bem (de parte a parte) chegava. O meu namorado foi para a faculdade e só ligava aos pais à quinta-feira para lhe dizer a que horas chegava no comboio no dia seguinte. Entretanto já me habituei à diferença, claro, mas ao início fazia-me muita confusão (apesar de não ter nada a ver com isso, só me surpreendia).
Sou assim com 20 e poucos anos, mas possivelmente vou continuar a ser a vida toda. A minha mãe tem um trabalho qb flexível (até porque não trabalha para outrem), só não pode falar comigo quando está a conduzir ou com outras pessoas, pelo que é sempre uma excelente companhia nos transportes públicos ou quando me desloco muito tempo a pé. Além disso, quem não quer os conselhos da mãe para coisas tão simples como "não sei o que cozinhar hoje"?

3 comentários:

Coisas da Andreia disse...

Também falo com a minha todos os dias, Acho que já se tornou um hábito 😊

м disse...

Falo com a minha mãe todos os dias porque vivo com ela :) Quando vivia com as minhas amigas, aqueles dois anos de faculdade, ligávamos ou mandávamos mensagens todos os dias. Aliás, ainda agora muitas vezes estou na cama e está ela a mandar-me bonecadas pelo messenger :)
Não sei se um dia que saía de casa vou falar com a minha mãe TODOS os dias, até porque às vezes lá calhava de passar um dia ou outro sem falar com ela na altura da faculdade e não sentia aquela falta louca. Porque era sinal que estava sempre atarefada e nem dava tempo de lembrar. Uma mensagem chegava, muitas vezes. São questões de hábitos.

i. disse...

Sem dúvida que uma mensagem chega, eu só preciso mesmo de saber que está tudo bem.