sábado, 27 de janeiro de 2018

Dos segredos


Como disse, a minha vida de "pessoa crescida" começou esta semana. Tive de voltar a Lisboa e isso fez com que eu revisse algumas pessoas e revisitasse alguns lugares que me são bastante familiares. No entanto, também vi pessoas que conheço (nem que seja de vista), tanto da faculdade como da terrinha, e isso pôs-me a pensar...
Na maior parte destas situações, eu estava só a andar na rua, a mudar de linha de metro, ou sentada a almoçar. Nada que eu quisesse esconder, mas e se quisesse? Nascida e criada na Santa Terrinha, cresci com a ideia de que Lisboa era a cidade grande, em que ninguém queria saber de ninguém, em que se pode fazer tudo sem o risco de se ser descoberto, de ser comentado. Que ideia mais errada.
Posto isto, não sei como deve estar o coração de pessoas que têm algo a esconder. Com palpitações, decerto. Se estão a pensar ter um caso fora da vossa relação, cuidadinho. Se se mudaram para a grande cidade porque têm medo da reacção dos vossos familiares ao descobrirem que são homossexuais, nem vale a pena. Se simplesmente vos apetecer gritar na rua e fingir que fugiram do Júlio de Matos, a pessoa ao vosso lado pode saber que vocês só querem atenção.
Deve ser muito complicado nunca poder estar descansado.

Mais uma data a não esquecer


Na segunda-feira passada começou aquela que vai ser a minha primeira experiência laboral a sério. Ainda estou muito "verde" e meio perdida no meu futuro papel para poder dar um feedback, mas este continua a ser um blogue que gira à minha volta (super egocêntrica, I know!) e penso que faz todo o sentido assinalar um momento como este.
Se estou a gostar? Sim, mas ainda só estou em formação, o que me diz pouco sobre o meu dia-a-dia no futuro. Se estou feliz? Sim, mas revoltada com n coisas. Se estou agradecida por ter tido uma oportunidade que, não sendo a minha primeira escolha, é na mesma algo muito bom para mim? Sim. Sem "mas".
Nestes dias de formação, estou a relembrar coisas das quais eu muito gostava... E às vezes dou por mim a pensar "se calhar isto é bom, nem que seja para perceber se queria ter escolhido outro percurso". Pode parecer confuso, mas faz todo o sentido dentro de mim.
Por agora, bom fim-de-semana! O meu vai ser passado com a tese. Que bom! (not)

sábado, 20 de janeiro de 2018

Olá, eu sou a i. e devo achar que sou mãe dos meus amigos


Apercebi-me (ou admiti a mim mesma) recentemente que nunca vou achar @s namorad@s d@s meus/minhas amig@s do coração totalmente perfeit@s (a não ser que sejam também meus/minhas amig@s... e mesmo assim não é de fiar... aliás, não, nem assim). Calculo que seja um sentimento parecido (não igual) ao de mãe, de protectora, de alguém que gosta incondicionalmente e que quer o melhor dos melhores para a pessoa em questão. No entanto, isto é algo difícil de gerir dentro de mim... São todos maiores de idade e eu não tenho de me meter na vida de ninguém. Nem o faço, a não ser que me perguntem directamente o que acho (nesse caso... é um pau de dois bicos).
Reparem que eu não disse que não gosto d@s namorad@s. O "problema" é que separo muito bem a parte da personalidade da parte do "és bom/boa namorad@". Uma das primeiras vezes em que senti isto foi em relação a um rapaz de quem eu gostava muito, achava que ele era uma excelente pessoa... Mas estava a fazer mal à minha amiga, ela estava infeliz. Também tenho casos opostos, em que se calhar pessoas com quem não me identifico são excelentes companheiros e é isso que importa.
Eu às vezes tento não ser assim. Tento pensar "é com eles, não tenho de pensar x ou y". Porém, é mesmo muito complicado... Não é difícil estar calada/mostrar boa cara, basta pensar que não queria que fizessem o mesmo comigo em certas ocasiões (eu tenho telhados de vidro). Mas é difícil pensar as melhores coisas de pessoas que tratam aqueles de quem eu gosto de forma injusta, de forma inferior à que eles merecem.
No entanto, há relações perfeitas? Vai haver mesmo alguém a não ter falhas? A não ter direito aos seus momentos maus? Às suas fraquezas? Eu sei que não. Eu sei que não é simples. Mas... Para os meus... Para aqueles de quem gosto mais do que qualquer coisa... Devia haver.

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

O meu filho é melhor do que o teu


Já repararam que a maior parte das mães (quero dizer "e pais", mas não tenho a certeza) tem desde cedo uma ideia muito errada dos filhos que tem em casa? Geralmente, isto varia em torno de dois pontos totalmente opostos, que se deveriam anular, mas que de alguma forma não o fazem e que dão alento às nossas queridas progenitoras.
Primeiro, consideram que somos desprovidos de cabeça, que não atinámos com a educação que nos deram, e que por isso somos seres altamente influenciáveis que vão atrás da conversa dos outros. Ao mesmo tempo, quando ouvem histórias dignas de protagonizar um American Pie (ou não, apenas que um qualquer adolescente gregou até lhe saltarem as entranhas), podem jurar a pés juntos que não somos iguais a todos os outros, somos melhores. Em que é que ficamos? Não sei, não consigo perceber.
A minha mãe revelou-me recentemente que, enquanto eu estive na faculdade, teve um receio enorme de que eu começasse a fumar (lol? E conheceres a filha que tens?). Por outro lado, também achou que eu não me embebedava (lol? E conheceres a filha que tens?). Não digo isto com qualquer tipo de orgulho, só que essa ideia de que "só os outros e os filhos dos outros é que são assim" é completamente errada.
Não estou a dizer que depois andam a apregoar este género de pensamentos aos sete ventos. Nem todas as mães gostam de esfregar estas coisas na cara dos outros (há algumas que gostam... e como eu conheço os filhos dão-me vontade de rir). Só digo que deveríamos pensar na possibilidade de termos telhados de vidro. Que se partem com muiiiiita facilidade.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Aquela incapacidade vital de atingir uma satisfação plena e constante


Desde que me lembro que tenho em mim um sentimento muito forte de insatisfação. De necessidade de saber mais, de fazer mais, de ver mais. De dar mais de mim a algo. Além disso, senti-me também muitas vezes presa... Como se me amarrassem os membros para que eu não pudesse saber, fazer, ou ver mais. Sentir mais.
Com o tempo, fui ganhando a minha liberdade. E fui percebendo que a liberdade também nos limita. Dá-nos a responsabilidade inerente a uma escolha, em detrimento de outra. E o sentimento de insatisfação de não nos podermos dobrar mais, esticar mais, chegar a mais. Mais longe.

domingo, 14 de janeiro de 2018

sábado, 13 de janeiro de 2018

A necessidade de comprar uns bons sapatos pretos

Daqui a pouco mais de uma semana, vou ser "obrigada" a vestir-me formalmente no meu dia-a-dia. Só de pensar nos meus ricos ténis... Eu nem me importo de não vestir calças de ganga, só vou mesmo sentir falta dos ténis (e não, não posso usar ténis formais).
Como seria de prever, a pessoa relativamente informal que há dentro de mim não tinha um roupeiro repleto de opções super "pipi" para usar e abusar. Tinha uns sapatos rasos (comprados à pressa quando soube que tinha algo super formal há um ano e tal), um ou dois blazers e umas outras peças que dão para safar (tipo vestidos e camisas).
Neste sentido, tenho vindo a acrescentar algumas coisas mais formais ao meu armário. Uma compra que se revelou excelente foi nada mais, nada menos, do que os últimos sapatos deste post. São bonitos, elegantes, formais, versáteis e... mega confortáveis!
Mas... Uma pessoa precisa de comprar uns sapatos pretos para o que se avizinha. Queria algo simples e confortável, sem gastar um balúrdio... Porque, mais uma vez, as marcas de fast fashion gostam muito de aplicações estrambólicas e de saltos vertiginosos e/ou feios.
Andava a pensar na Rockport, mas os preços dos sapatos de que gosto apontavam ali para os 100-110€... A minha mãe (sempre querida nestas coisas) influenciou-me ainda mais, ao dizer que "são caros, mas vão-te durar imenso tempo, valem o dinheiro". Posto isto, eu estava a planear ir a uma loja da marca e pecar, na próxima oportunidade... Mas não foi necessário! A Rockport entrou em desconto no showroomprive.pt e consegui comprar uns sapatos formais por bem mais de metade do preço!
Ainda demoram a chegar, mas a pouco e pouco a coisa vai-se compondo. A gastar a menor quantidade de dinheiro possível, mas em peças duradouras (esperemos).

[não, não são - de todo - assim]

Desabafo das 02h e tal

O fim de 2017 não veio acompanhado de grandes planos, nem de desejos grandiosos. Tenho perfeita noção de que 2018 não me vai trazer as duas coisas que mais quero: independência (e quando digo independência não digo auto-suficiência) e viajar (porque o bichinho nunca desaparece). No entanto, sei que 2018 pode ser um ponto de partida para algo maior... E foi mesmo isso que desejei.
O meu pedido materializou-se no dia 3 de Janeiro, sob a forma de um telefonema. Quase chorei de alegria! Por muito que não fosse o plano ideal, era a primeira porta a abrir-se em meses e fiquei feliz. No entanto, eu devia saber que nada - mas mesmo nada - é fácil e linear na minha vida. Desde esse dia, já andei para a frente, para trás e para os lados. As lágrimas foram sempre de frustração e nunca de felicidade. Já estou num ponto em que, mesmo a resolver os problemas de dia para dia, prefiro estar de pé atrás e questionar "será?".
Dizem que as coisas sabem ainda melhor quando lutamos por elas. Eu concordo absolutamente, mas porque é que depois das minhas lutas - que parecem vitoriosas - tem de sempre surgir algo para me fazer sangrar mais um bocadinho? As conquistas sabem-me simplesmente a frustração. Sempre.
Eu tento - e tento mesmo - ser agradecida pelo que tenho, pelo que a vida me traz e proporciona. Era mesmo necessário pôr-me à prova constantemente?

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Digam a verdade!!


As pessoas que me conhecem sabem que eu consigo ser MUITO "grammar nazi". Já fui mais, porque 1) a vida ensinou-me a estar caladinha para não ser desagradável e 2) sinto que o meu nível de Português tem vindo a piorar. No entanto, apesar desta minha característica, não sou nem nunca fui perfeita. Claro que tenho falhas e dou erros, mas também é importante aprender com isso e não ter a atitude deplorável de quem não se quer melhorar a si próprio. Adiante.
De vez em quando, dou por mim a pensar em palavras e na sua fonética. Em vez de pensar nos problemas da humanidade, penso em coisas como: "se a palavra cachecol é aguda (sílaba tónica no fim), porque é que dizemos cáchecol e não câchecol?". Como tenho amigas que sabem deste meu grau de tolice, é comum começar conversas com "já repararam que... *inserir facto absolutamente irrelevante sobre fonética / gramática / língua portuguesa no geral * ?".
Até que há uns dias, uma delas (que já andava com esta discussão com outra pessoa) me diz "como é que dizes o feminino de macho?" (ou seja, a palavra fêmea), ao que eu respondo:
- Fémea! (escrito de acordo com a forma como eu digo, não como eu escrevo)
O que se seguiu foi uma grande confusão. Uns dizem fêmea, outros fémea. De repente, na minha cabeça revivi todos os momentos em que pensei "que peculiar, escreve-se duma maneira e lê-se doutra". Tentei perceber se era um regionalismo, mas não encontrei um padrão... Ainda assim, é comum dizer-se fémea no Sul. Tão comum, que uma pessoa que eu conheço (não posso dizer quem, porque fui gerada dentro dela e isso seria uma vergonha para mim também) achava que se escrevia fémea.
As dúvidas permanecem... Será que é uma palavra que evoluiu como gémeo (Português de Portugal) e gêmeo (Português do Brasil) e nunca houve uma actualização na escrita? Será que eu vivi toda a minha vida enganada e se diz fêmea? Enfim, não sei.
Agora, digam a verdade e somente a verdade: como raio é que vocês dizem esta palavra? Não tenham vergonha, eu estou do pior lado!

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

As saudades de Janeiro de 2017

Há pouco mais de um ano, escrevi este texto. Sentia-me insegura e, principalmente, burra. Eu, aluna de Mestrado sem conhecimentos, aceitei ir apresentar um poster sobre algo que estava a fazer há menos de 3 meses. Há exactamente um ano, escrevi um outro post, com uma versão diferente dos factos. Estava completamente fascinada com o que me rodeava, independentemente das minhas inseguranças... No final, acabou por correr tudo bem.
Lembrei-me de tudo isto porque, lá está, hoje faz um ano que fiz ski pela primeira vez (e única, até à data)! Foi também o dia em que me consegui cortar com o próprio ski na única vez em que caí... Cinco pontinhos e uma cicatriz circular para me relembrarem para sempre desse dia. Mas esse dia, felizmente, está associado a uma semana fantástica.
Para terem uma pequena noção do cenário que me rodeava, aqui ficam algumas fotos:

Na estância de ski (antes de me aperceber que tinha um corte gigantesco)

As típicas lojinhas das montanhas

Just another regular street

Vista da cozinha do chalet

Vista do meu quarto... para o lado direito 

Vista do meu quarto... para o lado esquerdo

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

E assim de repente... já estamos em 2018!


Olá, olá! Ouvi dizer que já estamos em 2018, não é verdade? Pois que os últimos dias têm sido muito bons, cheios daquilo que de melhor temos na vida - as pessoas que gostam de nós. Como tal, não houve espaço para o computador (que nem esteve comigo) e para votos de boas entradas... Mas ainda estou a tempo de desejar a todos vós (e aos vossos) um excelente ano de 2018.
Da minha parte, só comi 6 passas (eu não gosto e o meu namorado concordou que poderíamos dividir 12) e só pedi um desejo ou dois. Lembrei-me agora que um que me tinha feito imensa falta era "conseguir entregar a tese", porque parece estar difícil... Mas tristezas não pagam dívidas e o que importa é tentar não desmotivar!
E por falar em motivação, espero que 2018 seja o ano em que entro no mercado de trabalho. Já não estou muito exigente, a única coisa que pedia era que fosse algo em que eu me sentisse minimamente motivada e desafiada, com vontade de sair da cama e ir trabalhar. No entanto, uma coisa tão simples torna-se ligeiramente complicada nos dias de hoje.
Este é mesmo o meu grande pedido, para além daqueles básicos que quase nem valem a pena repetir (como a saúde, a paz, o amor, ...). Felizmente, tenho a sorte de nunca ter sentido que me faltava qualquer necessidade básica. Sempre tive um tecto, comida, roupa, sapatos e dinheiro para cuidados de saúde. Há que saber agradecer, que o resto vem por acréscimo.
Bom ano, uma vez mais! :)